Após a posse do presidente Donald Trump, em 20 de janeiro, quando anunciou uma série de ordens executivas relacionadas à imigração, um clima de tensão se instalou entre a comunidade de imigrantes brasileiros residente no país. Um exemplo disso, foi o aumento de mensagens deixadas nas caixas de mensagens em grupos de WhattsApp. O influenciador mineiro Junior Pena, popular entre a comunidade de imigrantes brasileiros nos Estados Unidos, tem se enchido na última semana com relatos de famílias vivendo assustadas no país.
São pessoas que estão mudando drasticamente sua rotina, passando a evitar sair de casa e até cogitam voltar o mais rápido possível ao Brasil diante das notícias do cerco a imigrantes sem documentos, segundo Pena, que vive nos EUA há 15 anos e tem mais de 1 milhão de seguidores no TikTok.
O efeito das promessas de endurecimento das políticas de deportação e anúncios de blitz para capturar imigrantes irregulares também já pode ser sentido em ambientes frequentados pela comunidade brasileira, como mercados e igrejas evangélicas, segundo relatos ouvidos pela BBC News Brasil.
"Os cultos estão bem mais vazios, as pessoas estão com medo até de ir para a Igreja", diz Fernanda*, estudante brasileira de uma das cidades americanas que mais concentram brasileiros.
Mesmo estando há 15 anos nessa situação, Pena diz que leva uma vida "normal", podendo viajar de férias em voos internos, tirar carteira de motorista e alugar casas.
Nas conversas com a comunidade brasileira, o influenciador Junior Pena também tem falado sobre "andar pisando em ovos", ou seja, seu conselho é que os brasileiros tentem não chamar a atenção, inclusive no trânsito: "Digo para dirigir no limite de velocidade, não furar o sinal vermelho", etc.
Uma semana após a posse de Trump, um brasileiro chamado "Rafael". sem documentos e que vive na Flórida, teve reunião com a advogada responsável por sua defesa nos processos de migração na Justiça dos EUA. O conselho foi: "Ela nos disse que não é para ir a supermercado brasileiro, festa de imigrante, evitar qualquer aglomeração".
Segundo Rafael, sua rotina atualmente se resume ao deslocamento entre sua casa e os locais de trabalho, que variam. Evangélico, ele diz que o "medo aumentou" desde a posse de Trump, mas que "seja feita a vontade de Deus".
FONTE: BBC News Brasil.
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