Muitas pessoas que viram a manchete d’O Jornal de Hoje de terça-feira, se perguntaram onde estão os R$ 23 milhões que o Governo do Estado arrecada, por dia, de receita. Nesta quarta-feira, o secretário de Estado de Planejamento e Finanças, Obery Rodrigues, respondeu: parte deste montante, está no bolso do servidor público estadual. Afinal, fazendo o mesmo comparativo, a gestão estadual gasta R$ 9 milhões, por dia, só com a folha de pessoal.
Por isso, não é para menos que os gastos com pessoal são escolhidos pelo secretário como o principal motivo do aperto das finanças do Estado, mesmo com o crescimento da receita. O pior é que resolver a situação não é fácil. “Penso em como diminuir os gastos 25 horas por dia e ainda é difícil”, afirmou Obery Rodrigues.
Gastando R$ 9 milhões por dia, o Governo do Estado paga quase R$ 270 milhões por mês só com folha de pessoal. E essa, claro, não é a única fonte de despesa da gestão. “Na verdade, se aumentamos a receita, crescemos também a despesa. Alias, proporcionalmente, a despesa cresceu mais que a nossa receita”, afirmou Obery, explicando o porquê de Rosalba já ter movimentado um total de R$ 12 bilhões em 18 meses, mas ainda afirmar que não tem dinheiro para grandes projetos e promoção de benefícios aos servidores.
Para exemplificar essa situação, o secretário mostrou números referentes ao exercício de 2011, em comparativo com os de 2010, último ano da gestão Wilma de Faria/Iberê Ferreira (veja o Box). Com a folha de pessoal, por exemplo, o primeiro ano de administração Rosalba Ciarlini pagou R$ 2,9 bilhões (sem contar o pessoal do IDEMA, Detran, Jucern, IPEM, DEI e produtividade da saúde), enquanto a dupla do PSB teve um gasto anual de R$ 2,6 bilhões. Ou seja: só com isso, o Governo teve um aumento da despesa na casa de R$ 350 milhões.
“Muitos dos planos de cargos, carreiras e salários concedidos em 2010, foram refletidos só no exercício de 2011. Isso porque como foram implantados no final do ano, tiveram reflexo sobre os meses de novembro, dezembro de 2010, mas foram sentidos nos 12 meses do ano seguinte”, explicou Obery Rodrigues.
O secretário explicou ainda que, mesmo que não conceda nenhum aumento aos servidores, a folha salarial do funcionalismo tem uma estimativa de crescimento de 6% ao ano. “São conseqüências de letras, promoções horizontais e outros encargos”, justificou. E, mesmo assim, em 2011 houve a implantação do piso nacional dos professores e, neste ano, a partir deste mês, o pagamento dos subsídios aos policiais e bombeiros militares da ativa. “Só isso vai resultar num aumento de R$ 11 milhões na folha mensal”, antecipou.
Fonte: Jornal de Hoje
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